Na
Holanda, 35% de todos os bebês nascem em casa.
Lá, o parto domiciliar é quase rotina.
A taxa de cesárea é menor que 10%.
A
gravidez tende a ser vista como uma fase especial
na vida de uma mulher e não como uma doença. O parto
é visto como um processo normal: doloroso mas compensador.
O uso da anestesia peridural ainda é raro e cursos
de preparação para o parto (normal) proliferam...
Os
partos de baixo risco são acompanhados
por obstetrizes, que costumam trabalhar em cooperativas
de 3. É possível optar por um parto
domiciliar ou um parto hospitalar, sempre com
a obstetriz. Lá, a obstetriz não é uma enfermeira
com especialização obstétrica, como aqui. Para
tornar-se obstetriz, é necessário fazer um curso
superior específico que dura 4 anos. Existem 3
escolas de obstetrizes no país e cada uma recebe
por volta de 40 alunas por ano (a Holanda é um
país pequeno de apenas 15 milhões de habitantes).
A formação é considerada tão boa que os estudantes
de medicina aprendem a fazer parto normal com
elas. Ao se formar a obstetriz é registrada junto
ao estado e pode escolher trabalhar só com partos
domiciliares ou então no hospital.
O
obstetra só entra em cena quando há
alguma indicação médica específica,
ou seja, quando a gestação é
de risco. É ele quem faz a cesárea,
quando necessária. As obstetrizes também
não podem usar nem o fórceps nem o vácuo-extrator.
As relações entre obstetras e obstetrizes são,
em geral, boas, caracterizadas por um respeito
mútuo. Existe um sistema de graduação usado para
indicar o "grau de risco" da mulher. Grau "A"
quer dizer que a mulher será atendida por uma
obstetriz; "B" significa supervisão de um obstetra;
"C" quer dizer que a mulher será atendida exclusivamente
pelo obstetra e "D" significa um parto no hospital
mas atendido por uma obstetriz.
No
parto domiciliar, o atendimento é
realizado exclusivamente pela obstetriz e uma
enfermeira-auxiliar. Depois do parto, ela (a obstetriz)
cuida da mãe, avalia a placenta e o bebê
(não há pediatra presente) e vai
embora umas 2 horas depois. A auxiliar fica com
a mãe e a obstetriz volta nos dias seguintes
para ver se está tudo bem.
A
enfermeira-auxiliar dá 8 dias de assistência
pós-parto, tanto depois do parto hospitalar
quanto depois de um parto em casa. Ela passa 8
horas por dia na casa da nova mãe, cuidando
dela, de seu bebê e até da casa!
Seu papel consiste em ensinar os cuidados com
o bebê, receber as visitas, preparar as refeições
e também limpar a casa.
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